quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Vírus Sincicial Respiratório (VSR): idosos e menores de dois anos devem ter maior cuidado no inverno


No inverno há aumento de infecções respiratórias e a gripe, por exemplo, se torna comum. Porém, nesse período do ano, as infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também ganham maior espaço e afetam, especialmente, idosos e crianças menores de dois anos. Os sintomas do VSR são parecidos com os de um resfriado, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos, já que o vírus afeta principalmente os brônquios e os pulmões.

A infectologista da rede de laboratórios Aliança Saúde, Lorena Faro, de São Paulo–SP, explica que o vírus se assemelha ao de um resfriado e a infecção é essencialmente respiratória e pode acontecer em qualquer época do ano, mas com maior prevalência no inverno e no começo da primavera.

Lorena Faro destaca que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de gotículas (da tosse, espirro e fala) ou por algum objeto contaminado. Os sintomas do VSR podem ser coriza, mal-estar, febre e tosse. Em casos mais graves, pode haver falta de ar.

Segundo a infectologista, os sintomas podem aparecer três dias após a infecção até o sexto dia em que houve contato com o vírus. Ela salienta que, apesar da infecção por VSR apresentar sintomas inicialmente leves, é necessário que crianças e idosos tenham maior atenção para evitar agravamento da infecção.

“Na maioria das vezes esse vírus gera sintomas leves, muito parecidos com o resfriado comum, mas a pessoa normalmente se recupera em uma ou duas semanas. Entretanto, em alguns casos, é possível desenvolver um quadro mais grave, como a bronquiolite, fazendo com que o paciente necessite de uma internação prolongada, ou mesmo de uma internação na terapia intensiva. Então, muito cuidado nesses extremos de faixas etárias, principalmente nos recém-nascidos prematuros, abaixo de seis meses, e também idosos que têm alguma imunossupressão ou alguma patologia de base, como cardiopatia ou neuropatia”, afirma Faro.

O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, elenca de que forma o diagnóstico é feito. “Os exames realizados são exames sorológicos e o PCR. O exame sorológico chamado ELISA, ou imunoflexência, é mais confiável em crianças pequenas, mais útil em crianças; já o PCR é mais indicado tanto para crianças mais velhas quanto para adultos, então isso é um dado importante. Mas o diagnóstico muitas vezes é geralmente baseado em sintomas e na epidemiologia."

Claudilson Bastos destaca, ainda, a importância do diagnóstico precoce da infecção. Segundo ele, a depender da gravidade do caso, se não diagnosticada de forma precoce e sem tratamento adequado, a infecção pode resultar em óbito do paciente.

“O diagnóstico precoce é assertivo, fundamental, importante para que a gente possa ter uma melhor evolução desses pacientes no caso. Esses pacientes, se não diagnosticados de forma precoce e não tratados de forma adequada, podem evoluir para uma infecção respiratória aguda bacteriana ou podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave relacionada ao próprio vírus e isso pode levar a óbito”, ressalta Bastos.

VSR no Brasil

A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que o VSR é um vírus de transmissão respiratória, assim como a Influenza e a Covid-19. Mas que não era muito falado a respeito sobre o VSR porque o vírus não era monitorado. 

“Só alguns estados testavam os casos graves de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) para VSR e a partir de 2019 todos os estados passaram a testar os casos mais graves, os casos de SRAG, para o vírus respiratório. Então, foi a partir de 2019 que a gente começou a entender melhor o padrão de circulação desse vírus no país”, conta.

Tatiana Portella ressalta a importância das pessoas se atentarem à infecção pelo VSR, em especial, quando se trata de idosos de mais de 65 anos e crianças menores de dois anos.

“É importante que as pessoas se preocupem com ele, principalmente quem tem criança pequena. Geralmente pode causar quadros de bronquiolite, levar à pneumonia, precisar de internação. Então ele é um vírus que requer mais atenção, principalmente em crianças pequenas”, alerta Portella.

Em maio, o boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou um aumento de Srag causada pelo VSR representando 58% do total de casos da síndrome registrados naquele período.

Prevenção

Os especialistas listaram algumas medidas de prevenção à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Confira:

  • Usar máscara em locais fechados e em postos de saúde;
  • Em caso de sintomas gripais, ficar em casa (se não for possível, usar máscara);
  • Manter as mãos higienizadas e
  • Garantir a limpeza de superfícies. 

Outra forma de prevenção é a vacina Arexvy, disponível apenas na rede privada. A recomendação é em dose única para pessoas com 60 anos ou mais. Inclusive, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) recebeu quatro mil doses do imunizante em julho. As doses foram doadas pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), em função das enchentes que atingiram o estado em maio. 




terça-feira, 20 de agosto de 2024

ROSÁRIO – Concurso público é suspenso após Ação do MPMA


Uma Ação Civil Pública proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Rosário levou a Justiça a determinar a suspensão do concurso público realizado pela Prefeitura. A ação foi proposta contra o Município de Rosário e a Funatec – Fundação de Apoio Tecnológico. Em caso de descumprimento da decisão, foi estabelecida multa diária de R$ 5 mil.

O Ministério Público do Maranhão recebeu demanda a respeito de erro no gabarito de uma das questões da prova aplicada para o cargo de professor dos anos iniciais – 1° ao 5° ano, no concurso regido pelo edital n° 01/2023. O recurso feito à banca aplicadora havia sido indeferido.

O Ministério Público do Maranhão encaminhou ofício à banca, tendo recebido como resposta que “todas as questões do certame foram submetidas a rigoroso escrutínio pela banca revisora, composta por especialistas, e que a questão n° 23 foi considerada válida”.

Na Ação, a promotora de justiça Maria Cristina Lima Lobato Murilo sustenta a existência de erro material na questão, por considerar ser equivocada, incoerente e desprovida de qualquer embasamento técnico.

Segundo a liminar, concedida pela 1ª Vara da Comarca de Rosário e assinada pela juíza Karine Lopes de Castro Cardoso, o concurso público deve ser suspenso até o julgamento do mérito da Ação.

O QUE DIZ A QUESTÃO?

O enunciado da questão número 23 do concurso público realizado pela Prefeitura de Rosário questiona: “baseando-se em conhecimentos históricos, identifique quais foram as civilizações que prosperaram durante o período pré-colombiano”. A resposta apontada como correta no gabarito oficial seria a alternativa D (“Guerra da Independência liderada por Simón Bolívar”).

Na avaliação do MPMA, a resposta não tem relação com a pergunta, pois, assim como as demais alternativas, faz menção a eventos históricos (Revolução Industrial / Guerra Civil Americana / Guerra da Independência dos Estados Unidos / Guerra da Independência liderada por Simón Bolívar) e não ao nome de civilizações que prosperaram no período pré-colombiano.

MPOX: Saiba como se proteger da infecção e como são as lesões


Como se proteger da MPOX?

Para reduzir o risco de infecção, os especialistas recomendam que se limite ao máximo o contato com pessoas que estão sob suspeita de mpox. Com isso recomenda-se:

  • Evitar sair de casa se estiver com sintomas da doença (ou até caírem as crostas);
  • ⁠Não manter relações sexuais se tiver sintomas suspeitos ou se encontrou alguém que apresentou os sintomas;
  • Higienizar as mãos com água e sabão sempre;
  • Evite compartilhar objetos de uso pessoal.

A mpox voltou a ser considerada uma preocupação de saúde pública mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira (14/8), que a doença voltou a ser uma emergência sanitária internacional após evidências mostrarem que a nova variante do vírus é mais letal e infecciosa do que a versão prevalente no surto de 2022.

A mpox é uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, da mesma família do vírus que causa a varíola. O sintoma mais característico da doença é a formação de pequenas feridas na pele, que se desenvolvem lentamente e demandam um doloroso processo de cicatrização.

Feridas são principais preocupação da mpox

Os primeiros sintomas da mpox é febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas. Em seguida, geralmente após três dias, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) e erupções pelo corpo no formato de bolinhas. Essas lesões se distribuem, principalmente, no rosto, nas mãos, nos pés e nos órgãos genitais.

As feridas costumam ser levemente elevadas, como da acne, e preenchidas com líquido. “Essas lesões aparecem em estágios uniformes, o que as diferencia de outras doenças. Na catapora, por exemplo, há lesões muito recentes convivendo com outras em crostas, quase cicatrizadas. Na mpox, elas evoluem em conjunto, em semelhança clínica com a varíola”, explica o infectologista e patologista clínico Celso Granato, representante da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

As bolinhas aparecem aos milhares e até no interior de mucosas, como a boca, o nariz e o ânus. “A gente sabe que as lesões podem ser dolorosas, e muitas no que vimos na mpox em 2022, elas se concentraram na região onde houve o contato, na região genital ou na oral, principalmente”, indica a infectologista Mirian Dal Ben, do Sírio-Libanês em São Paulo.

Durante a evolução da doença, elas viram crostas, que secam e caem. Além disso, se as bolinhas estourarem antes de secar completamente, o líquido que sai das lesões aumenta as chances de contaminação.

“Não é recomendado que o paciente estoure as bolhas, o melhor é evitar tocar as lesões e lavar as mãos várias vezes ao dia . Caso seja necessário alguma intervenção em alguma das feridas, ela deve ser realizada por um profissional de saúde. As crostas, na maioria dos casos secam e caem espontaneamente”, orienta a infectologista Joana Darc Gonçalves da Silva, de Brasília.

Os sintomas da mpox começam a aparecer de 3 a 21 dias após o contágio. Após o desaparecimento das lesões, a pessoa deixa de transmitir a doença. Isso costuma ocorrer, em casos que têm boa evolução, de 2 a 4 semanas após o início dos sintomas.

Em algumas pessoas, especialmente imunocomprometidos, crianças e gestantes, a doença pode levar a complicações e até à morte. O sistema imunológico enfraquecido permite o ataque de infecções oportunistas causadas por bactérias.