segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Deputado Carlos Lula anuncia emenda para a Rota das Flores em Paço do Lumiar

 Deputado Carlos Lula anuncia emenda para a Rota das Flores em Paço do Lumiar

Deputado Carlos Lula com a prefeita Paula Azevedo e o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Maru, no Fest Flora 2023

Ao lado da prefeita Paula Azevedo (PCdoB), o deputado estadual Carlos Lula (PSB) participou, neste domingo (5), do Fest Flora 2023. O evento promove a produção dos pequenos agricultores da região do Vassoural, em Paço do Lumiar.

Durante o evento, Carlos Lula conversou com os produtores e anunciou uma emenda parlamentar para a instalação de um pórtico na entrada do Vassoural, conhecido como Rota das Flores. “O que Paço produz, acaba sendo revendido, quem é produtor aqui não consegue chegar direto ao consumidor. Com a volta do festival, o objetivo é adensar essa cadeia para podermos tornar Paço do Lumiar uma rota de comercialização do consumidor final. O que gera mais emprego, renda e aumenta a lucratividade de toda essa cadeia que aqui já existe”, disse.

Assecom/Dep. Carlos Lula
Carlos Lula com produtora familiar que participou do Fest Flora 2023, no município de Paço do Lumiar
Carlos Lula com produtora familiar que participou do Fest Flora 2023, no município de Paço do Lumiar

Para a prefeita Paula Azevedo, o Fest Flora é um momento importante para os pequenos produtores da comunidade do Vassoural. “Estamos resgatando um evento que não acontecia há nove anos, uma cultura que é maravilhosa, o qual é o cultivo das flores. Além disso, aqui na região, temos produção de peixe e de mel. Realizamos essa linda festa justamente para incentivar e dar visibilidade para a nossa produção local”, afirmou a prefeita de Paço do Lumiar.

O presidente da Câmara de Vereadores de Paço do Lumiar, Jorge Maru (Republicanos), aprovou a iniciativa do deputado Carlos Lula para valorização da Rota das Flores. “Essa união do poder Executivo com o poder Legislativo é que proporciona essas benfeitorias para que o nosso município possa continuar crescendo. Aqui está sendo proporcionado a geração de renda e a comunidade do Vassoural está de parabéns”, elogiou.

O evento contou com exposição de flores, plantas ornamentais, hortaliças e artesanatos. Produtores da agricultura familiar também colocaram à venda peixe, mel e café. Os visitantes puderam participar de oficinas de montagem de arranjos com flores tropicais, além de se divertir com atividades voltadas para todos os públicos.  

Segundo a organizadora do Fest Flora, Carla Garcês, a volta do festival é um marco para a comunidade. “Estamos muito felizes com todo o público que estamos recebendo hoje. Nossa comunidade busca se desenvolver através da agricultura familiar, e estamos aqui também para buscar melhorias para os nossos pequenos produtores rurais, pois eles precisam de incentivo e ações ligadas à agricultura”, explicou.

Assecom/Dep. Carlos Lula
Deputado Carlos Lula em registro com a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo, no Fest Flora 2023
Deputado Carlos Lula em registro com a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo, no Fest Flora 2023

Não ( VALE ) nada Vítimas de Mariana lutam por justiça há 8 anos: “Não são 8 dias”

 Imagem colorida de homem vendo lama de barragem em MG - Metrópoles

tragédia da barragem em Mariana (MG), considerada um dos maiores desastres socioambientais ocorrido nos Brasil, completa, neste domingo (5/11), oito anos. No total, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pelo mar de lama, sendo que 19 morreram. Atualmente, 700 mil vítimas lutam na Justiça pela reparação integral dos danos sofridos.

“A gente não entende onde está essa Justiça que fala que vai resolver e não resolve. Oito anos não são oito dias, é muito tempo de espera. Esse crime trouxe sofrimento e luta muito grandes. Não fomos preparados para nada do que aconteceu. Nossa comunidade era pequena, mas era alegre. Hoje, ela parece um lugar fantasma”, lamenta a quilombola Vera Lúcia Aleixo, 66 anos, moradora da comunidade ribeirinha de Gesteira, em Barra Longa, Minas Gerais, e vítima do rompimento da barragem de Fundão.

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou a campanha intitulada “Revida Mariana”, cujo objetivo é fazer com que o crime não caia no esquecimento. Mais de 100 entidades da sociedade civil, do Espírito Santo, da Bacia do Rio Doce, do Brasil e do mundo fazem parte do manifesto.

“A imensa maioria da sociedade acredita que já foi resolvido o problema, que isso não é mais uma questão central socioambiental do Brasil. Nós estamos falando do que é o maior crime da mineração da história do mundo, um crime ambiental sem precedentes e que destruiu, basicamente, toda a quinta maior bacia hidrográfica do nosso país”, critica Heiter Boza, coordenador nacional do MAB e um dos porta-vozes da campanha Revida Mariana.

De acordo com relatório produzido em fevereiro de 2016 pela Força-Tarefa Barragem do Fundão, com base em dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), que analisou os efeitos e desdobramentos do rompimento da barragem, os danos podem ser divididos em ambiental (qualidade da água, qualidade do solo e perda de biodiversidade), material (economia e infraestrutura) e humanos (saúde pública, segurança, educação, cultura, lazer e social) em escalas microrregionais e macrorregionais.

Danos ambientais

Ainda segundo o levantamento, o rompimento da barragem despejou mais de 50 milhões de metros cúbicos de material tóxico, aproximadamente, 46,3 mil piscinas olímpicas de rejeitos de minério de ferro e sílica, em 41 cidades e três reservas indígenas, em uma área equivalente a mais de 220 campos de futebol, na Mata Atlântica.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a análise de toda a área atingida pelos rejeitos de minério da barragem mostra que pelo menos 400 espécies da fauna e flora foram impactadas pelo desastre. Entre elas de 64 a 80 espécies de peixes; 28 de anfíbios; de 112 a 248 de aves; e 35 de mamíferos.

Na Justiça

Em 5 de novembro de 2015, o Brasil testemunhou uma das maiores tragédias ambientais e humanas da história: o rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana, Minas Gerais. Um evento que deixou um rastro de destruição ambiental que ecoa até hoje.

A barragem, de propriedade da Samarco, resultado de uma associação entre as gigantes da mineração Vale e BHP Billiton, continha resíduos de ferro. Naquele dia, um colapso liberou mais de 50 milhões de metros cúbicos de lama tóxica e rejeitos, conforme o Ministério Público Federal (MPF), e inundou comunidades, devastou o meio ambiente e causou a morte de 19 pessoas.

Nenhum dos 26 acusados foi punido. Os reassentamentos prometidos não foram concluídos, e as vítimas aguardam indenização.

Atualmente, 15 réus foram excluídos do processo criminal por decisões judiciais, e não respondem mais por nenhum crime. O interrogatório dos acusados, a partir de denúncia oferecida pelo MPF, começa nesta segunda-feira (6/11). O desfecho do caso está previsto para 2024.

São responsabilizadas as empresas BHP, mineradora anglo-australiana; Vale, multinacional presente em 20 países; e Samarco, associada da BHP e da Vale, responsável pela barragem de Fundão.



domingo, 5 de novembro de 2023

Ônibus de graça no Brasil? Câmara debate solução para financiamento do transporte público

 


Cerca de cem cidades brasileiras já adotam a tarifa zero; intenção da PEC é deixar o transporte público gratuito em todo o país

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sugerida neste ano e em discussão na Câmara dos Deputados propõe que o transporte público seja tratado como direito fundamental e gratuito para todos os brasileiros. A matéria prevê a criação de um sistema único de mobilidade, nos mesmos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), com financiamento dos municípios, estados e da União.
Pela proposta em discussão na Câmara, todos os passageiros teriam acesso gratuito ao transporte e o sistema seria financiado por um novo imposto, pago pelos proprietários de veículos e por empregadores. A União, os estados, o DF e os municípios também teriam que contribuir para financiar o transporte.
Para a autora do projeto, deputada Maria Luiza Erundina (PSOL-SP), o texto oferece ferramentas mais objetivas para garantir o direito ao transporte. "Considerar o transporte um direito social significa, na prática, assegurar a existência de um sistema público universal e sem cobrança ao usuário", diz a deputada.
"Assim como acontece com outros direitos sociais, como a saúde e a educação, o Estado não pode impor barreiras, especialmente econômicas, para o exercício do direito ao transporte."
No entanto, ainda assim, os passageiros precisam pagar a tarifa. Atualmente, os valores das passagens de ônibus no DF são de: R$ 2,70 (curta distância), R$ 3,80 (média distância) e R$ 5,50 (longa distância).

101 cidades adotam algum nível de tarifa zero

Apesar de parecer distante do que é praticado na maioria das cidades no Brasil, atualmente 101 municípios não cobram o usuário pela tarifa de transporte. Dessas cidades, 85 abrangem a totalidade do sistema durante todos os dias da semana; em 11, a tarifa zero inclui todo o sistema em dias específicos da semana; e em cinco, a tarifa zero engloba parcialmente o sistema durante todos os dias da semana.

O número de cidades que vêm estudando a tarifa zero também tem aumentado. Só em 2023, segundo os dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), 23 municípios decidiram adotar o sistema da tarifa zero.

A última cidade a aderir ao sistema foi São Caetano do Sul, no ABC paulista, em São Paulo, que sancionou a tarifa zero para os ônibus da cidade na última terça-feira (31). Com isso, a prefeitura vai pagar o total da tarifa por passageiro, que custa R$ 5. O investimento previsto é de cerca de R$ 2,9 milhões por mês e será repassado à concessionária que opera o transporte na cidade.

Para o coordenador do movimento Passe Livre no Entorno do DF e secretário de Cultura e Juventude de Luziânia (GO), Gabriel Eduardo Fidélis, garantir a universalização do transporte vai ampliar os acessos às cidades e democratizar os espaços públicos.

"[O Sistema Único de Mobilidade] não é utópico. Precisamos avançar no debate sobre o modelo de financiamento do transporte público, e o fim do subsídio não é um debate do futuro, é um debate que está acontecendo no presente. Precisamos de outro formato de financiamento, e é plenamente possível alcançar a universalização do transporte, da mesma forma como é no SUS", afirma.

O coordenador e secretário cita iniciativas de outras cidades da América Latina, que encontraram fontes de financiamento extratarifárias para o transporte, como a cobrança de taxa de aluguel em espaços de estações de metrô e expansão da cobrança dos estacionamentos públicos, por exemplo. "Se a gente tiver criatividade, é possível conseguir os recursos necessários para transformar o transporte público aqui também", completa.

Gabriel foi um dos militantes pelo passe livre para os estudantes do Entorno do Distrito Federal, tema engavetado no início do ano, e considera que mobilidade urbana é fundamental aos estudantes que moram longe dos grandes centros.

"São pessoas que estão batalhando por um estágio para ganhar a metade de um salário mínimo, sem acesso a outros direitos, que têm que pagar R$ 400 todos os meses para passar duas horas em um ônibus cheio", diz.

"Nesse ponto, o Entorno do DF é carente dessas políticas públicas, e isso faz com que exportemos os nossos talentos, que não têm mais interesse em permanecer na cidade", completa.

Luziânia, cidade da qual Gabriel é atualmente secretário de Cultura e Juventude, sancionou a lei da tarifa zero no último dia 23 de outubro. É a primeira cidade do Entorno de Brasília a adotar o modelo de financiamento do transporte. No entanto, para ter acesso ao benefício, os moradores precisam fazer um cadastro na prefeitura.

Atualmente, a tarifa é custeada integralmente pelos passageiros em 36,2% das cidades brasileiras, e 51% dos municípios não recebem nenhum subsídio do governo, segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Já em outros modelos de financiamento do transporte há incremento do governo para complementar a arrecadação tarifária dos sistemas. É o caso do Distrito Federal, por exemplo, que em 2022 pagou R$ 890 milhões em subsídios às empresas de ônibus que operam no DF.