quarta-feira, 16 de outubro de 2024

CAXIAS – Concurso é suspenso após pedido do MPMA


 Determinação foi proferida nesta terça, 15

Após Ação Civil Pública do Ministério Público do Maranhão (MPMA), a Justiça concedeu, nesta terça-feira, 15, decisão liminar, determinando suspensão do concurso público do Município de Caxias, que contratou, por meio de dispensa de licitação, o Instituto Legatus para organização e realização do certame.

O concurso seria realizado para ocupação de cargos efetivos e formação de cadastro de reserva nas áreas administrativa, controle e da Procuradoria-Geral do Município. A aplicação das provas objetivas estava prevista para o dia 24 de novembro. No valor de R$ 2,4 milhões, o contrato foi firmado sem estudo prévio sobre o número necessário de cargos.

A decisão, proferida pelo juiz Jorge Antonio Sales Leite, estabelece multa por descumprimento no valor de R$ 5 mil diários. A determinação judicial acolhe a manifestação ajuizada, em 1º de outubro, pelo promotor de justiça Francisco de Assis da Silva Júnior.

IRREGULARIDADES

Entre as irregularidades constatadas pelo MPMA está a designação como fiscal do contrato de uma servidora sem atribuições para licitações e contratos.

Além disso, não houve justificativa para o valor da contratação. O valor dos serviços deveria estar de acordo com os praticados no período de até um ano anterior à data da contratação pelo Município. O dispositivo não foi observado.

A Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral de Justiça (Asstec) verificou inconsistências na dispensa de licitação, incluindo falta de estimativa adequada da despesa, razão da escolha do instituto e ausência de justificativa detalhada para o preço contratado.

Redação: Adriano Rodrigues (CCOM-MPMA)

Tragédia de Mariana: após 9 anos, Justiça Inglesa julga o caso em ação bilionária


 A Justiça do Reino Unido vai começar a julgar, na próxima segunda-feira (21), a ação que pede a condenação da mineradora BHP Billiton pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte. O julgamento acontece às vésperas do aniversário de 9 anos da tragédia que matou 19 pessoas, deixou centenas de famílias desabrigadas e despejou rejeito de minério em três rios e no Oceano Atlântico.

O processo pede indenização de aproximadamente R$ 230 bilhões para 640 mil pessoas, instituições e municípios brasileiros vítimas do colapso. A acusação tenta provar que a administração da BHP sabia dos riscos de segurança da barragem e tinha meios de impedir o rompimento. Ao lado da Vale, a companhia é dona da Samarco, então detentora da operação de Fundão.

Como a BHP tem sede na Inglaterra e a ação brasileira ainda não foi concluída, as vítimas optaram por tentar solução para o conflito judicial no país europeu. As tratativas começaram em 2018.

“A primeira etapa desse processo foi provar a jurisdição da Corte Inglesa. Agora, estamos na fase de responsabilização. O foco é mostrar em que proporção a BHP e seus executivos são responsáveis pelo desastre”, comentou a advogada Ana Carolina Salomão, do escritório Pogust Goodhead, que acompanha as vítimas.

Nesta segunda-feira (14), o ministro Flávio Dino proibiu que municípios paguem aos escritórios os honorários de êxito, aqueles cobrados apenas caso ganhem o processo, “sem antes haver exame da legalidade por parte das instâncias soberanas do Estado brasileiro, sobretudo este STF”. O Pogust Goodhead, no entanto, acredita que a medida não vai afetar o início do julgamento. A banca britânica vai receber, em média, 22,5% de honorários em caso de um fim bem-sucedido da ação.

No decorrer das audiências, a justiça inglesa vai ouvir as partes, além de especialistas. Dentre eles, especialistas direito brasileiro com foco nas áreas ambiental, civil e societária. “O julgamento vai seguir a lei processual inglesa, mas o direito material brasileiro. Então, o que é relacionado aos danos, impactos ambientais, etc., vai ser analisado com base na lei brasileira”, detalhou Ana Carolina Salomão.

A análise do processo começa neste mês, mas o resultado pode sair só em meados de 2025. Veja o calendário do julgamento:

  • 21 a 24/10: Declarações iniciais. Advogados começam as apresentações orais;
  • 28/10 a 14/11: interrogatório de testemunha;
  • 18/11/2024: início das oitivas dos especialistas em direito brasileiro.
  • 20/12/2024 a 12/01/2025: recesso;
  • 13 a 16/01/2025: Audiências com especialistas em geotecnia, com a possibilidade de se acionar um especialista em licenciamento brasileiro;
  • 20/01 a 07/02/2024: Prazo para preparação da parte escrita do encerramento;
  • 10/02 a 21/02: período para preparação dos encerramentos;
  • 24/02 a 05/03: declarações finais;
  • Junho de 2025: data prevista para divulgação da decisão do processo. Eventual indenização será analisada nas semanas seguintes.

Acordo brasileiro

O julgamento britânico acontece em meio uma negociação do Governo Brasileiro, dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, órgãos de Justiça e mineradoras em busca de um novo acordo de reparação pelos impactos da tragédia. A expectativa é que a tratativa gere uma cobrança de R$ 100 bilhões às empresas

Na avaliação dos advogados do escritório internacional, uma eventual conclusão da articulação brasileira não irá anular o processo inglês. “Os municípios não estão na mesa dessa negociação. O acordo é tratado entre os Estados e o Governo Federal”, declarou Ana Carolina. Segundo a advogada, o valor de eventual condenação na Corte Inglesa vai ser dividido entre todos os clientes da ação, conforme o prejuízo que tiveram.

“Também podemos fechar um acordo com a BHP a qualquer momento do processo, se houver uma proposta que seja de interesse dos nossos clientes”, completou a advogada Ana Carolina Salomão.

A reportagem procurou a BHP para comentar sobre o início do julgamento e aguarda retorno.

Tragédia de Mariana

A barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, rompeu no dia 5 de novembro de 2015. A estrutura pertencia à mineradora Samarco, sociedade da Vale e da BHP Billiton. O reservatório guardava rejeito de minério. O material varreu comunidades, até cair nos rios do Carmo, Gualaxo do Norte, Doce e no Oceano Atlântico, no litoral do Espírito Santo. Dezenove pessoas morreram e centenas de famílias ficaram desabrigadas.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Sancionada lei do deputado Osmar Filho que cria a política de organização do trânsito ferroviário no Maranhão


Em 13 de setembro de 2024, foi sancionada uma nova lei no Maranhão que promove a reorganização dos veículos automotores e das ferrovias, visando aumentar a segurança viária para a população que vive próxima aos leitos ferroviários. A iniciativa é do deputado estadual Osmar Filho (PDT), que ressaltou a importância da medida: “O objetivo é promover a segurança viária, a redução de acidentes e o respeito mútuo entre os diferentes modais de transporte”.


Em junho deste ano o deputado recebeu a visita de representantes da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), que declararam apoio ao então projeto do parlamentar. No documento entregue a Osmar pelo vice-presidente da entidade, Cláudio Azevedo, a Fiema declarava que a proposta era um estímulo para a prevenção de acidentes nas cidades instaladas no entorno da malha ferroviária maranhense.
Vale lembrar, que a malha ferroviária que corta o estado é operada pela Estrada de Ferro Carajás e VLI Logística, pertencentes à Vale; Transnordestina; e Ferrovia Norte sul, somando mais de 1.400 quilômetros de extensão.

*Diretrizes da Lei n.º 12.394/24*

Entre as principais diretrizes, destacam-se:
1. Campanhas Educativas realizadas pelo Poder Executivo, em parceria com órgãos de trânsito, instituições educacionais, entidades empresariais e a sociedade civil, para conscientizar motoristas, ciclistas e pedestres sobre os riscos e boas práticas para a circulação segura próxima às ferrovias.
2. Conteúdos voltados à segurança ferroviária serão estimulados nos Centros de Formação de Condutores (CFCs), com foco no funcionamento das ferrovias e na prevenção de acidentes.
3. Sinalização eficaz nos cruzamentos entre vias automotoras e linhas férreas, garantindo maior visibilidade e segurança.
4. Fiscalização intensificada nos pontos críticos de cruzamento entre estradas e ferrovias, incluindo a aplicação de multas a quem desrespeitar as regras de segurança.
5. Adequação da infraestrutura urbana e rodoviária nas áreas de intersecção entre ferrovias e vias automotoras, visando melhorar a circulação e minimizar riscos.

A nova legislação reflete a preocupação com a redução de acidentes e a promoção do respeito entre os diversos meios de transporte, buscando uma convivência mais segura e ordenada nas áreas urbanas e rurais do estado.