quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Senado pode votar mudanças na Lei da Ficha Limpa ainda no 1º semestre, diz relator

O relator do projeto de lei que modifica a Lei da Ficha Limpa, senador Weverton Rocha (PDT-MA), disse, nesta terça-feira (11), que o plenário do Senado pode votar a proposta neste primeiro semestre. Aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado em 2024, o texto reduz o prazo de inelegibilidade para políticos.

“Vai, esse semestre a gente resolve”, disse Weverton ao ser questionado por jornalistas sobre quando o projeto seria apreciado. A fala ocorreu após um encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União–AP), e líderes do Senado na Residência Oficial do Senado.

O projeto foi aprovado pela Câmara também no ano passado. Se entrar em vigor, o texto prevê, entre outros pontos, que o período de inelegibilidade continuará sendo de oito anos, mas será contado a partir da data da condenação, em vez de iniciar após o cumprimento da pena.

Essa alteração pode diminuir o tempo em que políticos condenados ficam impossibilitados de se candidatar. De acordo com Weverton, a legislação atual resulta em diferentes períodos de inelegibilidade, dependendo de quando o mandato é perdido. O relator observa que um parlamentar cassado pode enfrentar inelegibilidade por um período que varia de 8 a 15 anos, dependendo do caso.

Atualmente, políticos condenados por crimes comuns são inelegíveis durante o cumprimento da pena e por mais oito anos após o término da pena. A nova proposta não apenas antecipa o início da contagem desse prazo, mas também estabelece um teto de 12 anos para o período máximo de inelegibilidade, mesmo em casos de múltiplas condenações.

Projeto pode beneficiar Bolsonaro, segundo especialistas

O texto chegou a ser pautado no plenário em outubro do ano passado, mas foi retirado após alguns senadores indicarem que um trecho do projeto poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por prática de abuso de poder político. O caso se refere à reunião que ele fez com embaixadores para questionar as urnas eletrônicas, em 2022.

Além disso, ele foi condenado por abuso de poder econômico pelo uso eleitoral das comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022

A dúvida sobre se a preposição poderia beneficiar Bolsonaro está em uma emenda mantida pelo relator até o momento no texto. O trecho altera os casos em que a Justiça Eleitoral pode condenar políticos à inelegibilidade.

A brecha fala que a perda do direito político só poderá ocorrer quando o condenado por abuso de poder econômico ou político usar de comportamentos que possam “implicar a cassação de registros, de diplomas ou de mandatos”.

Bolsonaro não teve o registro de candidatura cassada e também não perdeu o diploma nem o mandato. A cassação só não ocorreu pelo fato de a “chapa beneficiária das condutas abusivas não ter sido eleita”, conforme o TSE.

Idealizador da Lei da Ficha Limpa, o advogado Márlon Reis acredita que a proposição beneficiaria o ex-presidente, pois o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a inelegibilidade “não é pena” e que, por isso, pode se “submeter ao princípio da retroatividade”.

Caso isso ocorra, não seria automaticamente. A defesa precisaria solicitar uma nova análise no caso diante das mudanças na lei.

Weverton, contudo, garantiu hoje que “não se trata de uma lei de presidente, mas geral”. Ao ser questionado se a proposta beneficiaria o ex-presidente, ele negou. “No meu texto, não”, disse. O parlamentar pode alterar o parecer final apreciado em plenário, mas isso faria o projeto retornar à Câmara dos Deputados.

As mudanças na Lei da Ficha Limpa vieram a tona este ano após a oposição na Câmara dos Deputados articular um projeto de lei que pretende diminuir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos

Dengue: 2025 pode superar casos do ano passado no Brasil, diz especialista

O Brasil já registrou 269.919 casos prováveis de dengue em 2025 e 85 óbitos pela doença. Desses, 157.783 registros foram feitos apenas em São Paulo. O estado paulista também lidera em número de mortes por dengue, com 67 confirmações. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado dia 11 de fevereiro. Em 2025, os casos podem superar os do ano passado.

Apenas nas primeiras quatro semanas deste ano, São Paulo chegou a 104.242 casos prováveis de dengue, com 50 mortes pela doença. No mesmo período de 2024, o estado registrou 48.825 casos e 36 óbitos. Ou seja, houve um aumento de mais da metade de casos de dengue de 2024 para 2025, no mesmo período.

O infectologista Julival Ribeiro avalia que não será surpreendente se os casos deste ano superarem o número de registros de dengue de 2024, tanto em São Paulo quanto no Brasil. Ele ressalta a importância da vacinação do público-alvo da campanha de imunização contra a dengue, em curso no país.

“Não vai ser surpresa que os casos da dengue superem no Brasil os casos de 2024, esperamos que não aconteça. Entretanto, é importante a gente lembrar que a população tem um papel muito importante, ou seja, levar as crianças de 10 a 14 anos para serem vacinadas”, diz o especialista.

O que influencia no aumento de casos de dengue?

Julival explica que calor acima da média em algumas localidades e as chuvas colaboram para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Além disso, ele destaca que a associação do aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue no país com as mudanças climáticas influenciam na maior incidência de casos da doença no Brasil.

“Nós estamos vendo temperaturas altíssimas que diminuem o tempo de reprodução do mosquito-da-dengue, além do que, chuvas também, que depois resultam em criadouros. Então, são fatores muito importantes hoje para esse aumento dos casos da dengue”, elucida.

“A população não tem resposta imunológica [ao sorotipo 3], o que pode elevar muito o número de casos”, alerta o infectologista.

Para frear a incidência de dengue no país, o especialista avalia que campanhas governamentais de conscientização da população seriam eficazes. Ele também cita como relevante a investigação de perto pelo governo das cidades com registros expressivos de casos prováveis de dengue.

“O governo tem que lançar campanhas para todo o país em relação à dengue e, sobretudo, fazer um rastreamento do que está acontecendo nas principais cidades onde os casos estão aumentando”, afirma Julival.

Inclusive, o Ministério da Saúde, por meio da equipe do Centro de Operações de Emergência em Saúde para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue), tem realizado uma Caravana da Saúde para intensificar o controle da dengue em 22 municípios de 12 estados. O objetivo da iniciativa é reforçar a vigilância epidemiológica, aprimorar a assistência à população e reorganizar os serviços de saúde.

Confira os municípios contemplados pela ação até agora:

Bagé–RS, Belo Horizonte–MG, Contagem–MG, Campinas–SP, Cruzeiro do Sul–AC, Feijó–AC, Fortaleza–CE, Foz do Iguaçu–PR, Joinville–SC, Macapá–AP, Manaus–AM. Pelotas–RS, Porto Alegre–RS, Porto Velho–RO, Ribeirão Preto–SP, Rio Branco–AC, Rio de Janeiro–RJ, Rio Grande–RS, Salvador–BA, São José do Rio Preto–SP, Tarauacá–AC e Vitória–ES.

Recomendação em caso de sintomas

Aos primeiros sintomas de dengue, como febre alta e dores no corpo, a recomendação é procurar uma unidade de saúde para realizar o diagnóstico. Segundo o especialista, a infecção por dengue é recuperável geralmente, mas há públicos com maior vulnerabilidade para progredir a quadros graves.

“A grande maioria dos casos de dengue são recuperáveis, mas a gente tem que lembrar que, sobretudo, crianças, idosos, pessoas com comorbidade, podem pegar dengue e levar o quadro para uma dengue grave, infelizmente, ocorrer óbitos”, frisa o infectologista.

Projeções para 2025

No início de janeiro, a pasta da Saúde publicou uma nota técnica destacando que em 2025 o Brasil pode ter uma incidência elevada de casos de arboviroses acima do observado em 2024. As modelagens preditivas do ministério apontam para uma elevação de incidência de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná

Medidas de prevenção

Confira algumas ações indicadas para o controle da proliferação do mosquito transmissor.

  • Eliminar focos de água parada;
  • Utilizar repelentes;
  • Instalar telas de proteção em janelas e portas.  




 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

PGE diz que sindicato quer dinheiro dos professores; Felipe Camarão comemora manifestação

A Procuradoria-Geral do Estado do Maranhão (PGE) se manifestou oficialmente sobre os 15% do precatório do FUNDEF e afirmou que o interesse na retenção do dinheiro vem do sindicato dos professores. Segundo o órgão, o Estado não tem legitimidade para decidir sobre os valores, que pertencem exclusivamente aos docentes e devem ser pagos na forma de abono salarial.

No documento enviado ao STF, a PGE reiterou que o governo estadual não pode dispor dos recursos e destacou que a audiência de conciliação busca um acordo entre o sindicato da categoria, os advogados da entidade e os próprios professores. Além disso, a União e os advogados do sindicato já demonstraram desinteresse na realização da audiência, o que reforça a falta de impasse por parte do Estado.

O vice-governador, Felipe Camarão, comemorou a manifestação da PGE e reforçou que o governo nunca tentou reter os valores e sim ajudar todos os professores

veja o vídeo: