domingo, 2 de março de 2025

Bloqueados do FPM: 22 municípios estão impedidos de receber recursos do 3° decêndio de fevereiro; veja lista

A União repassou, na sexta-feira (28), o valor da terceira parcela de fevereiro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O valor bruto é de R$ 5,9 bilhões. No entanto, algumas prefeituras correm o risco de não receberem esses recursos, por estarem na lista do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). 

A lista é composta por entes que estão impedidos de receber recursos da União. Até o último dia 27 de fevereiro, 22 municípios estavam bloqueados para recebimento de valores do FPM. 

A maioria das cidades está situada no estado do Rio de Janeiro. Ao todo, a unidade da federação conta com 5 entes bloqueados. Na sequência, aparecem estados como Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Pernambuco, cada um com um total de 3 municípios que não podem contar com recursos do FPM. 

Entre os fatores que podem levar os entes a terem os repasses federais suspensos estão, por exemplo, a falta de pagamento da contribuição ao PASEP, dívidas com o INSS, entre outras questões burocráticas. Segundo o especialista em orçamento Dalmo Palmeira, esse impedimento dificulta a situação financeira de municípios, principalmente dos menores, que dependem do FPM para custeio de áreas importantes. 

“Para os municípios que são muito dependentes do FPM, significa praticamente a paralisação do funcionamento das atividades básicas do município. Em muitos deles, a maior despesa é com pagamento de pessoal, então se isso permanece durante algum tempo, acaba atrasando a folha de pagamento”, explica.

Vale lembrar que os recursos ficam apenas congelados. Isso significa que, logo que as prefeituras regularizarem a situação pendente, os valores serão liberados e os gestores podem fazer a aplicação desse dinheiro da maneira que acharem mais adequada para atender ao interesse público. 

Confira a lista dos municípios bloqueados do FPM

  1. DOMINGOS MARTINS (ES)    
  2. SIMOLÂNDIA (GO)    
  3. SANTA BÁRBARA DO TUGÚRIO (MG)    
  4. UBERLÂNDIA (MG)    
  5. MIRANDA (MS)
  6. BELÉM DO BREJO DO CRUZ (PB)    
  7. ARACOIABA (PE)    
  8. PARNAMIRIM (PE)    
  9. TAQUARITINGA DO NORTE (PE)    
  10. ALTÔNIA (PR)    
  11. MANOEL RIBAS (PR)    
  12. ANGRA DOS REIS (RJ)    
  13. CABO FRIO (RJ)    
  14. CARAPEBUS (RJ)    
  15. CONCEIÇÃO DE MACABU (RJ)    
  16. ITAGUAÍ (RJ)    
  17. AREIA BRANCA (RN)    
  18. CERRO CORÁ (RN)    
  19. JAPI (RN)    
  20. LAGOA VERMELHA (RS)
  21. SÃO NICOLAU (RS)    
  22. TRÊS PASSOS (RS)

FPM: terceiro repasse de fevereiro

Nesta sexta-feira (28), a União repassa R$ 5,9 bilhões referentes à terceira parcela de fevereiro do FPM. O montante corresponde a um aumento de 22,4% em relação ao período homólogo. Com o desconto da retenção obrigatória para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o valor partilhado entre as prefeituras é de R$ 4,7 bilhões.

 


sábado, 1 de março de 2025

Governo brasileiro morde a isca

Envolvimento desnecessário do Itamaraty nas discussões entre a administração de Donald Trump e o STF pode se revelar um erro e deixar o Brasil sem capacidade de reação a pressões dos EUA Foto – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler Mauro Vieira e o assessor para assuntos internacionais Celso Amorim (Foto: PR)

Rubens Barbosa
Presidente e fundador do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE).
É presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP,
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo),
presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (Cedesen) e fundador da Revista Interesse Nacional.
Foi embaixador do Brasil em Londres (1994–99) e em Washington (1999–04).
É autor de Dissenso de Washington (Agir), Panorama Visto de Londres (Aduaneiras),
América Latina em Perspectiva (Aduaneiras) e O Brasil voltou? (Pioneira), entre outros.
Publicado Interesse Nacional
28 fevereiro 2025


Era perfeitamente previsível que a disputa judicial envolvendo Elon Musk e o STF pudesse se desdobrar em novos capítulos, em função não só da posição que Musk ocupa hoje no governo dos EUA, como também pelo lobby da oposição (bolsonarista) contra o governo Lula nos EUA. O que surpreendeu foi o governo Lula deixar-se envolver nessa questão.

Nesta semana, uma empresa norte-americana, TMTC, (pertencente ao grupo Trump) e a plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble abriram uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes a propósito da questão entre Musk e o STF. A ação foi rejeitada por juíza na Flórida, mas a Justiça também determinou que a Rumble não tinha obrigação de cumprir nos EUA as decisões judiciais expedidas por Moraes. 

  • ‘Uma comissão do Congresso norte-americano aprovou projeto de lei que cria sanções (cassação do visto) contra o ministro Alexandre de Moraes’

Na mesma linha, uma comissão do Congresso norte-americano aprovou projeto de lei (No Censors on our Shores Act) que cria sanções (cassação do visto) contra o ministro Alexandre de Moraes. O projeto ainda não foi aprovado pelo plenário. Nas redes sociais, por outro lado, Musk teria sugerido o confisco de bens de Moraes nos EUA.

Nesta semana, o Departamento do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado emitiu nota em que trata da questão da liberdade de expressão genericamente, sem mencionar explicitamente a disputa entre Musk e Moraes. 

“Respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”.  

  • ‘A resposta deveria ter sido divulgada pelo STF e não pelo Itamaraty para evitar o envolvimento político do governo Lula’

Essa nota não poderia ficar sem resposta, no mesmo tom e na mesma generalidade. A resposta deveria ter sido divulgada pelo STF e não pelo Itamaraty para evitar o envolvimento político do governo Lula.

O STF e o Palácio do Planalto vestiram a carapuça e forçaram o Itamaraty a emitir nota, cuja versão final, tudo indica, não foi de autoria do Itamaraty, politizando o assunto. 

Manifestando surpresa pela Nota do Departamento de Estado (inexato foi do Departamento do Hemisfério Ocidental), o Itamaraty rejeita a tentativa de politizar o assunto (a nota americana não entra em detalhes), afirma que o documento distorce o sentido da decisão do STF (não mencionado na nota americana) e conclui fazendo alusão aos atos de 8 de janeiro, ao afirmar que o Estado brasileiro foi alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação (questão não mencionada na nota americana).

  • ‘Ao divulgar a nota do Itamaraty, o governo brasileiro se envolve diretamente, politizando o assunto’

A ação privada, o projeto no Congresso americano e a nota do Departamento do Hemisfério Ocidental não se referiram ao governo brasileiro, mas somente direta ou indiretamente ao STF. Ao divulgar a nota do Itamaraty, o governo brasileiro se envolve diretamente, politizando o assunto. 

Se é que houve intenção de atrair o governo brasileiro para essa questão, o objetivo foi atingido. O governo brasileiro mordeu a isca e abriu uma confrontação com o governo norte-americano, que o Itamaraty procurou evitar para não ampliar a tensão com Washington e evitar um problema para o governo. 

  • ‘Sem cacife, o Brasil fica sujeito ao arbítrio de Trump que, além das medidas comerciais (tarifas), poderá escalar com outros tipos de restrições’

Sem cacife, o Brasil fica sujeito ao arbítrio de Trump que, além das medidas comerciais (tarifas), poderá escalar com outros tipos de restrições, sobretudo quando se pensa no próximo julgamento que envolverá o ex-presidente Bolsonaro. 

Sem canais diretos de comunicação com o alto escalão do governo Trump e do Departamento de Estado, Brasília tenta neutralizar o lobby oposicionista (bolsonarista) que está conseguindo influir no Congresso e nos centros de decisão do governo de Washington, com o apoio de personagens influentes como Elon Musk, Steve Bannon e congressistas republicanos.

É importante lembrar que, quando da ação recente de um escritório de advocacia londrino contra a Vale e a Samarco pelo desastre ecológico de Mariana, o governo brasileiro que estava indiretamente envolvido na questão negociando com as empresas a indenização às pessoas e aos municípios, o Itamaraty preferiu não interferir na disputa jurídica. 

O exemplo de Londres não foi seguido na disputa entre empresa privada americana, Congresso dos EUA e o STF. A questão ganha agora outro nível com o envolvimento dos governos dos EUA e do Brasil. 

A negociação sobre a tarifa sobre o aço poderá ficar afetada. Eventual escalada na tensão entre os dois países vai fazer o Itamaraty lamentar a divulgação da nota oficial do governo brasileiro, em resposta a nota do Departamento do Hemisfério Ocidental. 

 

Dr. Ajuda: consumo de álcool e qualidade do sono

Neste episódio, o Otorrinolaringologista e médico do sono Dr. George do Lago Pinheiro (CRM: 148.272/ SP | RQE: 58.432), explica sobre álcool e sono.

O consumo de álcool, embora ajude a pessoa adormecer rápido, prejudica a qualidade do sono. Isso acontece porque o álcool interfere nos ciclos do sono, especialmente na fase REM, fundamental para o descanso mental e físico.

Como resultado, a pessoa pode acordar cansada, mesmo após várias horas de descanso. Além disso, o álcool aumenta as chances de acordar durante a noite, tornando o sono fragmentado e de menor qualidade. 

Veja ao vídeo com a explicação do especialista:

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