terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Programa ‘Contraplano’ debate uso excessivo de telas na infância e adolescência

 Programa ‘Contraplano’ debate uso excessivo de telas na infância e adolescência

Pedagoga Benedita Frazão, psicólogo Rodrigo Oliveira e pediatra Joana Portela com o jornalista Fábio Cabral

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Nesta terça-feira (23), o programa ‘Contraplano’, da TV Assembleia, abordou o uso excessivo de telas na infância e na adolescência. Para debater a temática, o apresentador do programa, jornalista Fábio Cabral, recebeu a pedagoga Benedita Frazão, o psicólogo Rodrigo Oliveira e a pediatra Joana Portela.

Segundo pesquisas divulgadas ano passado, os brasileiros passam mais da metade das horas em que estão acordados diante de telas, o que torna o Brasil o segundo do mundo que mais gasta tempo em frente a celulares, TVs, tabletes e computadores.

Os efeitos desse uso excessivo de telas, especialmente na infância e na adolescência, as consequências físicas, emocionais e psicológicas que podem provocar na vida de crianças e adolescentes foram, entre outras, as questões levantadas e discutidas pelos debatedores.

Relevante

Benedita Frazão considera o debate do tema muito relevante e que se vive numa sociedade que não tem como desvincular do uso de telas. “O maior problema não está no uso excessivo, mas no cuidado que a gente precisa ter sobre como usá-las. Elas são ferramentas necessárias, mas estamos nos tornando dependentes do seu uso. A gente fala de crianças e adolescentes, mas acho que tem que entrar o adulto porque ele é o modelo. O adulto é que tem que monitorar e orientar quanto ao uso dessas telas”, defendeu.

Para Joana Portela, é fundamental focar os cuidados no uso das telas no período da primeira infância porque é nessa fase que se forma a estruturação do corpo mental onde existem essas conexões nervosas. “Que nada mais são do que os estímulos nervosos que transmitem a sensação da memória e das habilidades para dentro do cérebro. Então o efeito negativo pode acontecer, até porque na infância e adolescência o indivíduo ainda não tem o discernimento para fazer escolhas saudáveis dos conteúdos das telas. Por isso, a necessidade da vigilância de um adulto responsável”, esclareceu.

Rodrigo Oliveira ressaltou o quanto é difícil se supervisionar o uso das telas, uma vez que o adulto responsável também está imerso nessa lógica. “Então, como o responsável pode disciplinar o uso das telas quando ele mesmo não consegue dissociar do que é seu trabalho, seu lazer. Acho que é uma questão que vai além do próprio controle das horas utilizadas. Acho que é também um convite para os pais ou responsáveis se examinarem e se questionarem”, argumentou.

Desafios

Segundo Benedita Frazão, as telas agregaram muito para o contexto educacional, mas se precisa saber utilizá-las de forma produtiva. “Esse é um ponto de preocupação. A gente traz um sistema novo, mas quem o utiliza ainda não está suficientemente capacitado para usá-lo. As telas permitem conhecer o mundo. Percebemos comportamentos diversos sobre o uso das telas. Elas potencializam a aprendizagem, mas também geram atitudes prejudiciais ao processo de ensino aprendizagem como, por exemplo, a introspecção, que gera dispersão”, advertiu.

Para Rodrigo Oliveira, o uso das telas sem o devido monitoramento por parte dos responsáveis pode gerar um déficit no desenvolvimento das habilidades. “É uma pegadinha e um contraponto a muitas vantagens que o uso das telas pode oferecer, como a superação de certos bloqueios”, afirmou.

Joana Portela reconhece que a pandemia da Covid-19 acelerou a evolução tecnológica, principalmente dentro do lar. “O período pandêmico não trouxe tantos danos físicos e patológicos às crianças. Mas, o período pós pandêmico, sim, trouxe grandes mudanças e desafios. Por isso, que a gente consegue perceber que o uso excessivo pode trazer o que a neurociência denomina de estresse psicológico ao ponto de trazer consequências ao sistema neuroendócrino com a produção excessiva de hormônios, que gera mudanças comportamentais”, destacou.

Recomendações

“A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial de Saúde–MS recomendam a não apresentação de telas até dois anos, devido ao efeito negativo que gera nessa faixa etária. Mas, orienta a utilização saudável, na idade de 2 a 5 anos, pelo menos até uma hora por dia. E, acima dessa faixa, de seis anos até a adolescência, se recomenda o uso, ao máximo, até duas por dia”, revelou Joana Portela.

“Falamos e debatemos algo que atinge todos nós. Não é tão simples a gente se desconectar da rede. Para se fazer isso, talvez as consequências a médio e longo prazos, podem compensar. Mas a dependência tecnológica está muito próxima de outras como, por exemplo, o alcoolismo. Temos sempre que, no uso das telas, administrar ganhos e perdas”, salientou.

Câmara aprova a LOA em meio a críticas à Prefeitura de São Luís


Durante a apreciação da Lei Orçamentária Anual (LOA) na sessão extraordinária da Câmara Municipal nesta terça-feira, 23, vários vereadores se manifestaram sobre o tema, alguns tecendo críticas à Prefeitura de São Luís. Na sessão, conduzida pelo presidente da casa legislativa municipal, Paulo Victor (PSDB), a LOA foi aprovada, sem emendas. 

“Esta era uma pauta muito importante para nossa cidade. Agradeço aos parlamentares e mais diretamente à Comissão de Orçamento, que se debruçou em avaliar esta lei. Temos um parlamento sério, apesar da total falta de diálogo do executivo municipal. Cumprindo nosso papel, pelo bem da cidade e da população, votamos a lei”, destacou o presidente da Câmara, Paulo Victor. 

Segundo o vereador Raimundo Penha (PDT), o papel da Câmara ao votar o orçamento é trazer ao debate os diversos olhares da sociedade. O parlamentar afirmou que votou a favor da LOA, “em nome da harmonia no parlamento”.  

“O parlamento tem um importante papel e precisa ser ouvido. É muito triste termos que votar o orçamento de qualquer jeito. Mas, neste momento, em que se buscou o diálogo e o entendimento, fiz minha parte para que não houvesse impasses”, disse, anunciando renúncia da presidência da Comissão de Orçamento, Finanças, Planejamento e Patrimônio Municipal. 

O vereador Marquinhos (PSC) fez críticas à gestão municipal, defendeu a importância da aprovação e enumerou situações que, em sua avaliação, devem ser priorizadas e solucionadas pela prefeitura. 

“Sinto-me ‘meio vereador’, tolhido em minha atuação. Nossas pautas são diretamente ligadas à população e em favor da cidade, porém, o prefeito não confere o devido apoio. A LOA cabe ao executivo apresentar a esta casa, mas, cabe aos vereadores fazer as revisões e propor aplicação dos recursos em políticas que atendam à população”, ressaltou. 

Jhonatan Soares, co-vereador do Coletivo Nós (PT), apontou que a atuação do parlamento municipal tem sido ignorada pelo gestor, referindo-se às decisões tomadas na casa e não acatadas pelo executivo municipal. 

“Fizemos diversas colocações sobre a LOA e, ao final, o poder executivo fez da forma que achou melhor. Portanto, não temos tido vez e voz em nossas decisões, frente ao executivo”, citou. 

Para Astro de Ogum (PCdoB, o momento deve ser de pacificação. “Todos os segmentos importantes para a sociedade necessitavam dessa votação. A saúde, a educação, a infraestrutura, então, devemos cumprir nossa missão. Vamos resolver o orçamento para que as políticas possam avançar”, disse. 

Umbelino Júnior (sem partido) reforçou que a LOA é a base para a promoção das políticas públicas do município e, portanto, tinha urgência de definição, e elogiou a liderança do presidente Paulo Victor na condução desta e de outras votações na casa legislativa. Criticou aumento nos gastos do executivo municipal e disse que “a população não quer saber de propaganda, mas de ações concretas”.  

‘Café com Notícias’ - Escritor fala sobre tráfico de escravos da Alta-Guiné para o Maranhão

 ‘Café com Notícias’ - Escritor fala sobre tráfico de escravos da Alta-Guiné para o Maranhão

Professor e historiador Reinaldo Barroso conversa com a jornalista Elda Borges

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O programa ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (23), na TV Assembleia, conversou com o professor e historiador Reinaldo Barroso Júnior, autor do livro “Nas Rotas do Atlântico Equatorial: Tráfico de Escravos Rizicultores da Alta-Guiné”, que foi lançado recentemente.

A obra, que nasceu a partir da dissertação de mestrado do autor, busca apresentar novas perspectivas sobre o tráfico de escravos entre os Portos de Cacheu e Bissau, na África Ocidental, é o Porto de São Luís, no período de 1770 a 1800.

Reinaldo Barroso contou, na conversa com a jornalista Elda Borges, que a inspiração para o livro surgiu a partir da necessidade de aprofundar os estudos sobre as especificidades locais em comum com a África. “Nós não tínhamos estudos sobre isso, falava-se muito sobre essa cultura do arroz que a gente tem aqui, ou sobre determinadas práticas e ritos religiosos que temos em terreiros, mas era muito complicado localizar isso em África e é esse o objetivo do trabalho.  Eu faço uma relação disso saindo de Guiné-Bissau, passando por Cabo Verde, até chegar ao Maranhão”, detalhou.

Dentre as descobertas feitas durante o estudo, está a origem do costume maranhense de consumir o arroz diariamente, um hábito comum na Guiné-Bissau, que até agora mantém a prática da produção e consumo do grão.

Além disso, o professor apontou que a pesquisa serve como meio de ressaltar que a comunidade maranhense foi construída, também, em cima de costumes e tradições africanas, não tendo tido apenas a participação dos portugueses e franceses na sua formação.

Reinaldo Barroso falou, ainda, das expectativas para o lançamento de outros livros pautados no estudo da participação dos escravos na construção da sociedade maranhense.

O programa ‘Café com Notícias’ é exibido de segunda a sexta-feira, às 9h, na TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, canal17; e Sky, canal 309).