quinta-feira, 15 de maio de 2025

DOENÇA DE LYME: Dor generalizada, febre e desmaios: campanha alerta para doença bacteriana misteriosa


 “Virou minha vida de ponta cabeça”. Assim descreve Beatriz Burgos a experiência de ser diagnosticada, em 2014, com a doença de Lyme. A jornalista descobriu o diagnóstico após sofrer diversos sintomas, como febre, desmaios e dor generalizada. A infecção é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de carrapatos contaminados.

Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 50 mil casos sejam detectados por ano. No Brasil, no entanto, não há dados oficiais sobre a doença, pois o diagnóstico não é de notificação obrigatória.

“Hoje, o maior desafio são os médicos cogitarem a doença de Lyme como possibilidade diagnóstica”, explica Beatriz. Segundo ela, a doença muitas vezes é confundida com esclerose múltipla ou fibromialgia.

“A doença de Lyme pode atingir todos os sistemas e órgãos do corpo. Ela impacta muito a qualidade de vida das pessoas. É um quadro de dor constante, de fadiga constante, e os desafios são os profissionais cogitarem esse diagnóstico, porque muitos dizem que não há doença de Lyme no Brasil”, observa.

Devido à doença, Beatriz precisou se afastar do trabalho. “É muito incapacitante”, declara. Ela conta que hoje está em remissão, com a doença controlada. Para conscientizar sobre a doença, ela criou a campanha “Fala de Lyme, Brasil”.

“Estou tentando seguir a vida e faço, em maio, esse movimento para conscientizar sobre a doença. Mas é muito difícil. Precisei sair do meu emprego, por exemplo, porque estava com quadro de desmaios e confusão mental. A minha funcionalidade e a minha independência foram muito afetadas pela doença. Ela virou minha vida de ponta cabeça”, afirmou.

Entenda

A doença de Lyme é chamada assim devido à cidade onde foi descoberta. Lyme, no estado de Connecticut (EUA), na década de 1970.

No Brasil foi diagnosticada pela primeira vez em 1991, e hoje há casos por todo país. A manifestação da doença geralmente acontece entre três e 32 dias após a picada do carrapato.

Beatriz explica que o diagnóstico precoce e o tratamento correto podem garantir altas taxas de remissão.

A doença se apresenta em três fases distintas que são sequenciais, mas as fases iniciais podem não acontecer, e o paciente pode apresentar a doença na fase crônica sem ter tido nenhum sintoma antes disso.

As três fases são:

  • Doença aguda;
  • Doença disseminada inicial; e
  • Doença disseminada crônica.

Sintomas:

  • Fadiga;
  • Febre;
  • Dor difusa;
  • Espasmos musculares;
  • Cefaleia;
  • Dor de garganta e sensação de gripe;
  • Insônia;
  • Alterações cognitivas;
  • Névoa mental;
  • Ansiedade e depressão;
  • Problemas cardíacos;
  • Suores noturnos;
  • Disautonomia;
  • Longo tratamento

Beatriz conta que passou por diversos médicos até descobrir o diagnóstico.

“Devido a uma série de fatores, a doença evoluiu para a forma crônica, e, após passar por dois tratamentos, ao fim de 2015 entrei em remissão. No segundo semestre de 2021, voltei a apresentar um quadro semelhante ao de 2014 e somente em maio de 2022 procurei ajuda médica, quando foi confirmado que eu estava passando por uma recaída da doença”, explicou.

Ela passou por tratamento de junho de 2022 até 2024, quando entrou em remissão novamente.

Veja o vídeo:




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