Escola ensinou que Che era herói? A história real envolve fuzilamentos, repressão e um regime que matou milhares
Ditadura não tem lado: ela existe onde a liberdade morre
No imaginário coletivo, especialmente alimentado por parte do conteúdo didático das escolas brasileiras, ditadura virou sinônimo quase automático de governos militares ou conservadores. Mas basta uma olhada mais ampla no mapa político mundial pra perceber que essa associação é frágil.
Quer um exemplo atualíssimo? A Coreia do Norte, comandada com mão de ferro por Kim Jong-un, é uma ditadura comunista onde o povo vive sob vigilância extrema e condições de miséria, enquanto o Estado canaliza seus recursos para o desenvolvimento de armas nucleares. Aliás, segundo relatórios da ONU, o país já está sendo investigado por crimes contra a humanidade, com registros de campos de prisioneiros, execuções públicas e desaparecimentos forçados.
Stalin e Mao: quando o comunismo matou milhões em silêncio
Outra figura sempre negligenciada nos livros escolares é Josef Stalin. Durante o período em que liderou a União Soviética, milhões de pessoas foram mortas, inclusive judeus, algo que muitos acham que só aconteceu nas mãos de Hitler. O sistema de campos de trabalho forçado, os famigerados gulags, levaram milhões de soviéticos à morte por fome, doenças e exaustão. A historiadora Anne Applebaum documenta esse período no livro Gulag: Uma História, baseado em registros oficiais soviéticos e relatos de sobreviventes.
No mesmo tom sombrio, o governo de Mao Tsé-Tung na China foi palco da maior tragédia humanitária do século XX: o chamado “Grande Salto Adiante” resultou na morte de mais de 45 milhões de chineses por fome, segundo estudos recentes publicados pela University of Hong Kong. A causa? Políticas econômicas desastrosas do regime comunista. Nada disso costuma receber atenção nos livros de história das escolas brasileiras.
Che Guevara: herói ou executor?
Agora chegamos à parte mais polêmica: Che Guevara. Sim, o homem que virou estampa de camiseta foi, de fato, um dos líderes da Revolução Cubana. Mas será que ele merece mesmo o título de herói? Os livros escolares raramente tocam nesse ponto. A verdade é que Che foi também responsável por perseguições, torturas e execuções sumárias, especialmente contra opositores do novo regime cubano.
Segundo dados da organização cubana Verdad y Memoria, Che esteve envolvido diretamente em pelo menos 114 execuções entre 1957 e 1959. Muitos desses mortos eram jovens soldados, membros de sua própria guerrilha e civis considerados “contrarrevolucionários”. Alguns queriam apenas abandonar o movimento ou criticavam o rumo da revolução. Isso bastava para serem levados ao paredão.
O forte de La Cabaña: o lado oculto da revolução comandada por Che Guevara
Em 1959, Guevara foi nomeado comandante do presídio de La Cabaña, em Havana. Ali, o cenário era brutal. Políticos, estudantes e qualquer cidadão que ousasse criticar o regime eram presos, julgados sumariamente e executados. Relatos de sobreviventes, como o de Pierre San Martín, contam que crianças e adolescentes também eram fuziladas. Um dos casos mais emblemáticos envolveu um garoto entre 12 e 14 anos que tentou proteger o pai, considerado inimigo do Estado. Ambos foram assassinados.
Além disso, em 1997, o jornalista Jon Lee Anderson teve acesso ao diário pessoal de Che Guevara, que estava com a viúva. O diário descrevia com naturalidade execuções feitas a sangue frio, como a de Eutimio Guerra, um camponês acusado de traição. Guevara registrou o disparo no canto direito do crânio do homem. Esses detalhes, por mais chocantes que sejam, não aparecem nas aulas de história.
Cuba, repressão e silenciamento: o padrão da ditadura
Cuba ainda hoje é uma nação onde a repressão política é rotina. Segundo o relatório da Human Rights Watch de 2024, o regime segue prendendo opositores, censurando a imprensa e impedindo o exercício de liberdades básicas. E mesmo assim, o romantismo em torno da revolução persiste nas salas de aula. Em vez de apresentar os dois lados da moeda, muitas vezes os professores reproduzem apenas a versão idealizada da história.
A organização Tortura Nunca Mais, no Brasil, cumpre papel parecido ao da Verdad y Memoria, catalogando violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar brasileira. E esse trabalho é fundamental. Mas por que a mesma energia não é empregada quando se fala de regimes comunistas? A resposta parece estar mais ligada à ideologia de quem ensina do que aos fatos em si.
Ditadura é ditadura. E ponto final.
Não importa o lado: se há censura, perseguição, tortura e morte, estamos falando de uma ditadura. Seja com farda ou com boina vermelha. A história não pode ser contada pela metade, e muito menos usada como instrumento de doutrinação. Se a gente realmente quer formar cidadãos críticos, precisamos olhar para todos os lados, inclusive para os mais incômodos.
E aí, o que você pensa sobre isso tudo? Já tinha ouvido esse outro lado da história de Che Guevara? Você acha que a escola deveria abordar esses temas com mais equilíbrio? Deixa sua opinião nos comentários ou compartilhe esse texto com quem você acha que precisa refletir sobre o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário