terça-feira, 26 de agosto de 2025

VENEZUELA: Exército Brasileiro envia tropa de elite para Roraima em meio a tensões com a Venezuela, enquanto os EUA ampliam pressão

 

Exército Brasileiro envia sua tropa de elite para Roraima em meio a tensões com a Venezuela, enquanto os EUA aumentam a pressão militar no Caribe; navio usado no deslocamento tem capacidade de transportar blindados e helicópteros

Rio de Janeiro (RJ), 24 de agosto de 2025 – A Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro iniciou entre os dias 18 e 23 de agosto um movimento considerado crucial dentro da Operação Atlas 2025. Tropas, viaturas e equipamentos militares embarcaram no Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) Almirante Saboia, da Marinha do Brasil, em direção ao estado de Roraima, ampliando a presença militar brasileira na região amazônica.

Essa fase reforça a capacidade de mobilidade estratégica e a importância da logística integrada entre as Forças Armadas, uma vez que o deslocamento por mar garante maior volume de transporte e flexibilidade no emprego da tropa.

O uso do Almirante Saboia não é casual. Incorporado à Marinha em 2009, o navio é fundamental para missões de desembarque anfíbio e transporte de blindados e helicópteros, o que amplia as opções de emprego das tropas paraquedistas em cenários de difícil acesso. Segundo analistas militares, a escolha desse vetor mostra o nível de preparo e de integração entre Exército e Marinha no planejamento das operações.

Operação Atlas 2025: fases e objetivos

Operação Atlas 2025 é considerada o maior exercício conjunto das Forças Armadas neste ano e foi estruturada em três grandes etapas. A primeira, concluída em junho, consistiu no planejamento estratégico sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

Agora, na segunda fase, ocorre o deslocamento de tropas, viaturas e aeronaves para pontos-chave da Amazônia, incluindo Roraima e a foz do Rio Amazonas. A terceira etapa, prevista para acontecer entre 27 de setembro e 11 de outubro, será dedicada à simulação de combate em cenários variados, colocando à prova a interoperabilidade entre os ramos da defesa nacional.

Essa divisão em fases responde a um objetivo claro: consolidar a capacidade do Brasil de mobilizar rapidamente seus meios em qualquer região do território. De acordo com o Almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do EMCFA, a operação reafirma o compromisso do país com a proteção de sua soberania e de seus recursos estratégicos. A presença da Brigada Paraquedista na linha de frente mostra que a prontidão é tratada como prioridade, sobretudo em regiões de fronteira.

Defesa da Amazônia e tensões geopolíticas

O deslocamento da Brigada Paraquedista para Roraima ocorre em um momento de maior atenção às fronteiras do norte do país. Nos últimos meses, movimentações militares na Venezuela e a instabilidade no entorno da Guiana têm despertado preocupações no cenário regional. Embora a Operação Atlas seja oficialmente classificada como um exercício de adestramento, ela também funciona como uma mensagem clara sobre a capacidade do Brasil de responder rapidamente a qualquer ameaça à Amazônia.

A região amazônica apresenta desafios únicos. As longas distâncias, a dificuldade de acesso e a ausência de infraestrutura em muitas áreas tornam a logística um elemento decisivo. Nesse contexto, a cooperação entre Exército, Marinha e Força Aérea não é apenas um treinamento, mas sim uma necessidade prática. O emprego coordenado de tropas terrestres, transporte marítimo e apoio aéreo garante que o Brasil esteja apto a operar de forma eficiente em um dos ambientes mais complexos do mundo.

A tropa de elite do Exército em ação

Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro e subordinada ao Comando Militar do Leste, é considerada uma das unidades de elite do Exército Brasileiro. Reconhecida por sua alta mobilidade, a brigada tem como característica a capacidade de ser deslocada em poucas horas para qualquer ponto do país, o que a torna peça-chave em operações que exigem resposta imediata.

Sua participação na Atlas 2025 reforça a ideia de que o Brasil aposta no preparo de forças flexíveis e altamente treinadas para enfrentar diferentes tipos de ameaça.

O emprego dessa brigada também mostra como as Forças Armadas vêm adaptando suas doutrinas à realidade contemporânea. Hoje, a defesa da Amazônia não se limita ao combate convencional, mas envolve a capacidade de responder a cenários híbridos, onde fatores militares, ambientais e geopolíticos se entrelaçam.

A Operação Atlas 2025, nesse sentido, é mais do que um exercício: é um sinal claro de que o Brasil está atento às mudanças do contexto internacional e disposto a projetar poder de maneira eficiente quando necessário.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

GOVERNO LULA JÁ TORROU QUASE R$1 BI EM VIAGENS

O governo Lula (PT) se distancia cada vez mais de eventual mesa de negociações com os Estados Unidos, a cada ataque ao presidente Donald Trump, mas já conseguiu torrar quase R$ 1 bilhão de dinheiro público em viagens somente este ano, até o dia 15 deste mês, ou mais precisamente R$ 960 milhões. Considerando apenas as diárias pagas a servidores petistas, foram R$ 590,5 milhões, enquanto as passagens consumiram outros R$ 364,2 milhões dos pagadores de impostos.

Só com ‘extras’


“Outros gastos” de viagens não especificados pelo Portal da Transparência representam mais R$ 5,2 milhões apenas este ano.


Comparação

O total que o governo do PT gastou até 15 de agosto com diárias já supera a despesa com passagens aéreas em todo o ano de 2022.

Vai diminuir?

Viagens internacionais representam R$ 143,8 milhões do total gasto pelo governo com viagens este ano; 15% do total.


Do Alemão à Rocinha: por que o Exército não entra nas favelas do Rio de Janeiro? A polêmica sobre GLO, falta de efetivo e barreiras legais que travam operações militares

 

A ausência do Exército em comunidades cariocas envolve limitações jurídicas, dificuldades logísticas e o risco de expor moradores a constrangimentos, segundo relatos de ex-comandantes e especialistas em segurança pública.

A Rocinha é a maior favela do Brasil, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, entre São Conrado e Gávea. Surgida nos anos 1920, abriga mais de 70 mil moradores, com comércio ativo e vida cultural intensa, mas enfrenta graves problemas de urbanização, violência e presença de facções criminosas. Imagem: IA

A discussão sobre por que o Exército não entra nas favelas do Rio de Janeiro ganhou força após relatos de ex-militares e especialistas em segurança pública. As operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) já foram empregadas em comunidades, mas encontram obstáculos legais e logísticos que dificultam ações efetivas. A falta de autorização para buscas domiciliares e o alto número de habitantes são alguns dos fatores que explicam o impasse.

Um exemplo citado envolve o Complexo do Alemão, que reúne cerca de 200 mil moradores distribuídos em diversas comunidades. Para ocupar uma área desse porte, seriam necessários pelo menos cinco mil homens em caráter permanente, o que se torna inviável diante do efetivo disponível. Além disso, a ausência de endereçamento formal — ruas sem nome e casas sem número — dificulta identificar locais exatos de mandados judiciais.

O Complexo do Alemão é um conjunto de cerca de 13 comunidades na zona norte do Rio de Janeiro, com população estimada em mais de 150 mil habitantes. Marcado por ruas estreitas e dezenas de acessos, tornou-se um dos principais focos da violência urbana no estado, com forte presença do tráfico de drogas. Apesar disso, possui comércio local ativo, iniciativas culturais e sociais, sendo um dos símbolos das dificuldades e contrastes das favelas cariocas.

Segundo relatos, juízes exigem informações específicas, como número da residência ou do lote, para autorizar buscas. Porém, em comunidades como a Rocinha, com 77 mil habitantes e vielas estreitas, essas informações simplesmente não existem. Essa barreira jurídica impede que fuzis e armas pesadas sejam localizados e apreendidos.

A legislação e os limites da GLO

A utilização das Forças Armadas em áreas urbanas ocorre por meio da GLO, que tem como principal missão garantir a ordem pública em situações de grave ameaça à segurança. Entretanto, a lei não permite que militares realizem vasculhamentos em residências sem ordem judicial, restringindo sua atuação ao patrulhamento ostensivo. Isso reduz a capacidade de confrontar organizações criminosas que se escondem dentro das casas.